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João Távora

Nasceu em 1981

Individuais

2018 O sorriso sem gato. Casa das Artes, Tavira

2018 Bonus dormitat homerus. Espaço ECM, Lisboa

2019 A burning thing. Galeria Monumental, Lisboa

Coletivas

2017 Oblíquos, Instituto Superior de Economia e Gestão, Lisboa

2017 XX Bienal de Artes Plásticas da Festa do Avante, Seixal

2018 XX Bienal da Cerveira, Vila Nova da Cerveira

2018 JUSTMAD, Feira da Arte Emergente, Stand da Galeria Monumental , Madrid, Espanha

2019 Drawing Room, Stand da Galeria Monumental , Lisboa

Um desenho é juntamente uma coisa mundana e uma coisa insólita. É mundano porque encontramos desenhos minúsculos em guardanapos de papel e encontramos desenhos gigantescos na parede de uma sala, como os feitos silenciosamente por uma criança dedicada enquanto nos distraímos. Um desenho pode retratar uma cena mitológica, uma trivialidade burlesca, ou nada em particular.

Porquê insólito? Um desenho pode certamente ter um antecedente narrativo, mas também contém nele um tempo diferente dessa narração, o seu próprio tempo. Um tempo irrazoavelmente vasto, mesmo mais vasto do que o tempo do seu próprio fazer: uma espécie de presente perpétuo. Num desenho vivem os escombros do assalto contínuo ao papel, as formas inscritas por ele afora, mas não só; também por ele adentro. No fim, por mais massacrado que seja esse desenho, pareça ou não terminado, a marca última e bela é a do abandono.

São estas atribulações, ancoradas precariamente na finura do papel, que nos fitam misteriosamente de volta.

                                                                                                                       

 João Távora

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